Como acontece a maturação do cacau
O caminho do cacau: da floresta ao corpo
No coração da Amazônia, nasce o nosso cacau, essa semente sagrada, cultivada com respeito e cuidado pelas mãos que conhecem os ciclos da terra.
Mas é em Floripa que essa semente se transforma em algo ainda mais precioso: um elixir que toca o corpo e o espírito.
As amêndoas chegam em estado bruto, carregando a força da floresta. Aqui, passam por um processo de maturação lenta e cuidadosa. A maturação é uma arte muito utilizada para envelhecer a cachaça, por exemplo, técnica praticada há mais de 2 mil anos e que agrega sabores diferenciados, aumentando a percepção de aromas.
Em meio a pandemia, todas as amêndoas de cacau foram armazenadas em barris, para que não se perdessem. Passado um ano, nasce uma descoberta incrível que veio para agregar mais sabor e magia ao cacau: as amêndoas maturadas abraçaram o sabor da madeira e reagiram com ela, mostrando como o cacau é um alimento vivo e maleável.
Nesse repouso escuro e silencioso, o cacau respira, como se estivesse em uma caverna, na imensidão da escuridão e do vazio extremamente fértil, absorvendo toda potência do feminino, os aromas sutis da madeira e revelando camadas de sabor profundo. E assim, ele se prepara para nascer de novo em sua nova forma!
Essa cura em madeira é uma inovação que traz um diferencial sensorial e energético único ao theobroma!
Ao final da maturação, as amêndoas são transformadas com arte e intenção em pepitas e elixires. O resultado?
Um cacau que se dissolve com leveza, que abraça as especiarias de cada elixir e exala um perfume exótico. Um cacau que dança com a água e convida o corpo a abrir espaço. Mas a transformação não termina aí, ela continua com você!
Quando tocado pelo calor das mãos e da água quente, ele derrete, se dissolve, se oferece. E ao ser bebido, atravessa nossos tecidos, penetra as nossas células, até se tornar parte de nós.
Vibrando em nosso coração.
Habitando nosso corpo.
Soprando presença.
Esse é o Theobroma: mais do que cacau, um caminho, um portal.
Uma medicina viva que honra o tempo, a floresta, a transição e o corpo que o recebe.
Abrimos aqui a nossa profunda gratidão aos povos originários que através da oralidade e da sua conexão com a terra de forma profunda e sagrada, mantiveram esses ensinamentos sobre essa medicina até os dias de hoje, para que nós também pudéssemos conhecer e sentir em nossos corpos! Viva a floresta e os guardiões originais do cacau!
Beba o sagrado!
Desirée Trindade